terça-feira, 11 de maio de 2010

"Código de Conduta"


Às vezes a intenção de uma história é perdida em meio a alguns malabarismos textuais. Esse parece ser o principal problema de Código de Conduta - além do título traduzido, nada a ver com o "Law Abiding Citizen" do original, que significa "cidadão cumpridor das leis". Tudo se encaixa bem. Há um bom elenco, a direção é competente, os efeitos especiais são bem colocados. Mas faltou aquela peça que faz tudo encaixar com perfeição: o roteiro melhor trabalhado.

Na história, vemos o personagem de Gerard Butler arquitetar uma sequência incrível de eventos com o intuito de vingar-se do "sistema", que levou o assassino da sua esposa e filha a ser libertado por conta de um acordo com o promotor de Jamie Foxx. A caracterização dos personagens é eficiente, não colocando um ou o outro no papel de vilão ou mocinho definitivo. Mas o intuito principal da trama se perde ao prender-se demais ao combate entre os dois, sem que a lição esperada aconteça.

Ao invés de seguir o debate inicial, justiça e segurança pública x vingança com as prórpias mãos, o diretor e o roteirista prefiriram arrumar uma saída mais fácil e pouco verossímil. O que começa como um filme reflexivo e que dosa bem suspense e ação, misturando mocinhos e bandidos, termina da mesma forma de qualquer filme de ação hollywoodiano, com pirotecnias. Não me surpreenderia nem um pouco se no fim caísse uma bomba atômica e matasse todo mundo.

Lamentavelmente “Código de Conduta” merecia cair na mão de pessoas mais preparadas, que tivessem coragem de terminar tudo como começou e não com saídas fáceis, parece que ficaram ‘em cima do muro’ na hora de responder tudo. Como filme de ação e suspense é muito bom, mas no geral achei apenas regular, afinal, não adianta começar bem e terminar de ‘qualquer jeito’ explodindo coisas, não é assim que se faz um bom filme.

NOTA 2 REGULAR