quarta-feira, 30 de junho de 2010

"OS MAIORAIS/ OS AMADORES"


Devo admitir que nunca tinha ouvido falar no filme “Os amadores”, nem mesmo tinha conhecido o filme pelo seu título original “The moguls” ou "The amateurs", e nem sabia também que o filme teve o seu lançamento limitado e restrito praticamente no ano de 2007, sendo que a produção é de 2005 e enfrentou diversos problemas que tornou o filme ocioso por um bom tempo.

Quando um filme é arquivado por um bom tempo e enfrenta vários problemas na produção, nunca é um bom sinal, mas o elenco do filme me chamou a atenção, recheado de atores talentosos, encabeçados esse pelo atual vencedor do Oscar de melhor ator Jeff Bridges, William Fichtner, Joe Pantoliano, Ted Danson, Patrick Fugit, Jeanne Tripplehorn dentre outros rostos familiares que permeiam a história a do filme que tem sido quase sempre ignorado pela crítica e o público em geral, esquecendo-se que maravilhoso filme é, com inúmeras razões para se tornar um dos meus filmes favoritos.

Quando li a sinopse do filme, na hora me lembrei do sucesso de bilheteria e crítica “Zack and Miri make a porn” por aqui “Pagando bem que mal tem”, pensei comigo mesmo: pera aí, esse filme foi feito bem antes do filme pagando bem que mal tem, sendo que esse filme levou totalmente o crédito de ter sido um filme bem original , sendo que na verdade a história do filme, nada mais é do que quase uma cópia descarada do filme “Os amadores”, sendo que a primeira é infinitamente inferior a esse filme liderado por Jeff Bridges. Mas enfim , vamos a história.

Andy (Jeff Bridges) é um fracassado: não tem dinheiro nem trabalho e a sua ex-mulher casou com um homem rico que pode dar ao seu único filho tudo o que ele não pode. A única coisa que Andy tem neste momento é um grupo de grandes amigos, mas também fracassados, e um desejo louco de fazer qualquer coisa para mudar. A idéia brilhante surge através de uma página de jornal recheada de anúncios sexuais: fazer um filme pornô. Sem dinheiro nem experiência, a única forma é convencer a sua pequena e pacata cidade a participar no projeto. A equipe forma-se rapidamente: co-produtor, câmera, roteirista e diretor. O resultado é absolutamente inesperado...

Jeff Bridges já interpretou alguns personagens peculiares durante sua carreira longa e próspera. Talvez o seu desempenho mais querido é o de Jeffrey Lebowski no clássico "O grande Lebowski" dos irmãos Coen. Outro filme com uma grande interpretação do ator é o filme de 1984 "Starman", onde Bridges interpretou o personagem título iluminado e tem sido responsável por uma série de bons papéis dramáticos ao longo dos anos e alguns filmes de ação. Seu papel como o descontraído desempregado Andy Sargentee em "Os amadores" pede emprestado pesadamente de desempenhos passados e quase se poderia imaginar "The Dude" andando em um roupão de banho na substituição de Sargentee neste filme. Se uma coisa, "Os amadores" deixa claro é de que o talentoso e trabalhador Jeff Bridges é o ator perfeito quando se trata de interpretar vagabundos e homens de meia-idade sem um destino traçado na vida.

O título do filme vem do fato de que nenhum dos personagens tem alguma idéia de como fazer um filme pornográfico. O amigo apelidado de “algum idiota”(Joe Pantoliano) diz ter estudado para ser um escritor e diretor de cinema, mas suas idéias são muito "sem noção" para traduzir facilmente um filme pornô de baixo orçamento . Barney(Tim Blake Nelson) é o melhor amigo de Andy e quer ajudar de qualquer maneira puder, mas ele gasta o seu tempo negando seu amor pela garota local Helen (Glenne Headly), que nega saber que Barney ama e quer algo mais na vida.Moose” Alce(Ted Danson) é um homossexual que não é honesto consigo mesmo sobre sua própria sexualidade, mas todos os seus amigos percebem a verdade. Os irmãos Moe-Ron( Id e Ota) não são lá muito muito inteligentes, mas estão ansiosos para traçar em dupla qualquer atriz do filme. Otis( William Fichtner) só quer ver as cenas como elas são filmadas. O funcionário da locadora Emmett (Patrick Fugit) é chamado para ser o câmera-man e editor e talvez seja lá o único que pelo menos sabe alguma coisa de cinema.

O elenco é o ponto forte do filme , com todos os atores sem exceção alguma, muito afiados e entrosados entre si. Cada um sabe exatamente o que tem que fazer em cena e faz da melhor maneira possível, com destaque claro para Jeff Bridges e Joe Pantoliano.

A aventura que os personagens atravessam para encontrar o elenco para o filme pornô é impagável, com cenas que já podem ser consideradas clássicas, tudo sendo feito na maior espontâneadade e talento dos atores, outra coisa que percebe-se nitidamente no filme é que todos os atores se divertiram muito cada um em seus papéis.

Porque as comédias mais inteligentes não passam no cinema e saem direto em DVD? Será que as distribuidoras cinematográficas nivelam seu público por baixo? Enquanto vamos ao cinema aturar comédias besteiróis como “Os Espartalhões“, Os Maiorais é um filme altamente subestimado pela crítica e que precisa ser descoberto pelo público, com um grande elenco encabeçado por Jeff Bridges como um caipirão do interior dos EUA, cujo filho mora com a mãe e seu novo padrasto milionário. Desesperado para ganhar dinheiro, ele convence a cidade inteira a fazer um filme pornô, gerando muitas confusões.

Com uma hilária narração em off do protagonista, essa produção eleva em um nível perfeito este gênero tão maltratado que é a comédia.

NOTA 5 EXCELENTE

" ELA É DEMAIS PRA MIM"


À semelhança de muitas outras comédias românticas sobre adolescentes e os seus “complexos” romances, “She’s Out of My League” (Ela é demais pra mim), finalmente uma tradução correta de um título de filme aqui no país, não consegue apresentar uma narrativa minimamente interessante. A sua história superficial e inimaginativa é centrada em Kirk (Jay Baruchel), um rapaz simpático mas extremamente inseguro que se envolve romanticamente com Molly (Alice Eve), uma jovem muito atraente e que se encontra claramente acima do seu nível.

As diferenças entre Molly e Kirk são tão evidentes que ninguém à sua volta acredita que esta relação tem um futuro promissor, no entanto, Kirk está determinado em demonstrar o contrário e tentará convencer os seus amigos e os seus familiares que se encontra à altura da sua extraordinária namorada e que a sua relação tem um futuro .

A explicação e a exploração dos notórios contrastes psicológicos/intelectuais e físicos/superficiais entre os protagonistas e as consequências que esses contrastes têm na sua relação amorosa e nas suas interações sociais são claramente os maiores e os únicos enfoques narrativos deste “Ela é demais pra mim”, uma simples e extremamente previsível comédia romântica que não consegue apresentar uma vertente romântica convincente ou uma vertente cômica minimamente interessante.

A construção humorística de “Ela é demais pra mim” não é inovadora ou imaginativa, muito pelo contrário, é semelhante à da esmagadora maioria das comédias que se centram em romances entre adolescentes, assim sendo, somos constantemente confrontados com tiradas cômicas que caminham essencialmente sobre os estereótipos sexuais e superficiais da sociedade norte-americana, um humor previsível e repetitivo que no início até nos consegue arrancar alguns sorrisos mas que eventualmente nos cansa. O romance entre Molly e Kirk e as suas inúmeras problemáticas também são comuns e insípidas.

Os atores que interpretam as várias personagens também não convencem porque não conseguem oferecer performances minimamente cativantes e são os atores principais que são alvo das maiores críticas negativas, Jay Baruchel porque não conseguiu transmitir carisma ao seu trabalho e Alice Eve porque não conseguiu ultrapassar a excessiva sexualização da sua personagem. Em suma, “Ela é demais pra mim” é um trabalho cinematográfico medíocre que é essencialmente composto por uma história romântica sem emoção ou imaginação e uma vertente humorística visivelmente comum.

NOTA 2 REGULAR

terça-feira, 29 de junho de 2010

" BOBBY"


O ator Emilio Estevez assume a função de diretor e nos traz um filme que é uma mistura de erros e acertos. No decorrer do ano de 2006, Bobby foi perdendo força e deixou de ser uma das produções mais cotadas para o Oscar. Mesmo assim, o Globo de Ouro agraciou o filme com uma indicação na categoria de Melhor Filme – Drama. Porém, quando o anúncio dos concorrentes ao prêmio da Academia foi feito, a suspeita se confimou: Bobby fora totalmente ignorado. Não se pode acusar a Academia de Artes e Ciência Cinematográficas de Hollywood de ter sido injusta. Bobby se destaca em vários aspectos, mas o filme propriamente dito teve todo seu potencial desperdiçado pelo insatisfatório roteiro, escrito pelo próprio diretor.

O longa acompanha a trajetória de 22 personagens fictícios, no Ambassador Hotel, no dia em que o Senador Robert F. Kennedy sofreu um atentado. Para recriar o fatídico 5 de junho, em que Kennedy foi ao Hotel para fazer o discurso da vitória nas eleições preliminares da Califórnia e acabou sendo baleado, Emilio Estevez mistura realidade e ficção. Os personagens apresentam histórias criadas por Estevez, enquanto os acontecimentos ligados ao Senador são verídicos e contados por meio de cenas reais. O candidato à presidência não é interpretado por nenhum ator. Quando não foi possível mostrar Kennedy por meio de cenas reais, a opção foi colocar um ator sem mostrar seu rosto.

Bobby é um filme merecedor de destaques. A montagem de Richard Chew é cuidadosa e bem acabada, mostrando ao público as histórias de diversos personagens de maneira organizada, intercalando-as com cenas reais de noticiários televisivos e discursos de Kennedy à época das eleições. A produção conta, ainda, com uma bela trilha sonora, que acerta em cheio nas músicas executadas durante a projeção. Destaco, entre elas, a belíssima música ‘The Sound of Silence’. A direção de Estevez – anteriormente ele havia dirigido alguns seriados, entre eles, Cold Case - é cuidadosa, as tomadas são bem realizadas, mas faltou atenção na direção de atores.

Falando em atores, vamos a eles: Anthony Hopkins, Demi Moore, Elijah Wood, Helen Hunt, Laurence Fishburne, Lindsay Lohan, Martin Sheen, Sharon Stone, Ashton Kutcher, William H. Macy. Esses são alguns nomes do elenco estelar de Bobby, que saltam aos olhos de qualquer espectador. São artistas consagrados que, juntos, são capazes de encher diversas prateleiras com prêmios. Mas, aqui, ninguém brilha, contudo, ao menos, também não decepcionam. Entretanto, os astros estão desculpados. As histórias de seus personagens são tão vazias de conteúdo real, tão supérfulas e mal exploradas, que a culpa pela falta de brilho do elenco recai sobre o frágil roteiro. A tentativa de fazer um filme contado de maneria semelhante ao sensacional Magnólia, mas usando como pano de fundo um triste capítulo da história norte-americana, não deu certo. O filme só se assemelha ao de P. T. Anderson quando, embalada por uma música, a câmera viaja pelas dependências do hotel para mostrar uma espécie de primeiro desfecho das histórias pessoais de cada personagem antes que eles se reúnam para acompanhar, no próprio Ambassador, o discurso de Kennedy.

À época das eleições, no ano de 1968, os Estados Unidos passavam por um momento delicado. Cresciam o preconceito e a segregação racial, e a guerra do Vietnã mostrava-se uma furada. Kennedy conseguia satisfazer, em seus discursos, aos anseios de todos: brancos, negros, latinos, jovens, velhos. Nascia, junto com a cadidatura Kennedy, a esperança de um novo tempo, de um país melhor. Apesar de parecer possuir um ótimo caráter, o senador não teve chance de mostrar, como presidente, se, de fato, seria o político brilhante dos discursos. O filme de Estevez parece ser favorável demais ao candidato. Eu, como brasileiro, por já ter passado por uma situação em que um político prometia ser, no mínimo, correto eticamente e, no final, mostrou-se ser só mais um na multidão, não me comovi muito com o endeusamento da figura do senador.

Bobby é um filme para reacender o orgulho de ser norte-americano . Boa oportunidade de se aprender um pouco mais sobre o atentado contra Robert F. Kennedy, irmão do Kennedy morto três anos antes, em outro atentado. Como cinema propriamente dito, o filme não compensa muito, mas, devido aos acertos em diversos outros aspectos, torna-se interessante acompanhar Bobby, uma produção sobre a intolerância diante da tolerância.


NOTA 3 BOM

"LEAP YEAR"


Leap year leia-se ano bissexto, é tão previsível quanto a chegada a cada quatro anos do dia 29 de fevereiro, que usa e abusa da fórmula mais do que utilizada no gênero comédia romântica. Quem teve a possibilidade de ver o trailer do filme, já viu praticamente tudo que o filme vai mostrar de forma resumida, mas com certeza está tudo lá, claro que ao longo do filme, o espectador menos rigoroso, principalmente o público feminino, irá se deliciar com um romance leve com algumas situações que podem gerar alguns tímidos sorrisos da platéia.

Em “Leap Year”, Anna (Amy Adams) após quatro anos de namoro, espera ansiosamente o pedido de casamento, mas ele não acontece e ela mesma decide pedir a mão de seu namorado, seguindo uma tradição irlandesa que diz que no dia 29 de fevereiro em anos bissextos, o papel pode se inverter, com isso a mulher pode pedir a mão do homem em casamento sem se envergonhar disso. Mas a viagem até Dublin reserva muitas surpresas. O tempo arruína sua viagem e ela precisa da ajuda de um grosseiro dono de hospedaria( Matthew Goode) para iniciar uma inesperada travessia no país e fazer o pedido perfeito.

A viagem para a Irlanda é bem-vinda, principalmente pela troca de cenário da fria Nova Iorque para a colorida e orgânica paisagem da Irlanda, sendo um dos pontos positivos do filme para contar a história de peixe fora d’água que precisa ir conhecendo os costumes do local a duras penas para conseguir o seu objetivo.

Amy Adams é conhecida pelo seu charme natural e carinha de boa moça, exatamente como foi flagrado no sucesso “A Encantada”, a sua reação inicial ao novo mundo que lhe é apresentado de início até funciona legal, mas ao decorrer do filme acaba se desgatando um pouco, principalmente pelas piadas que acabam se repetindo numa tentativa de tornar o filme engraçadinho demais.

Leap Year não seria uma comédia romântica convencional sem a donzela em perigo que encontra um homem que é totalmente o seu oposto em valores e costumes, mas que na realidade acaba sendo a única pessoa que ela pode confiar e ser ajudada, e que no final acabam vendo que apesar de tudo e todas as oposições se encontram perdidamente apaixonados um pelo outro.

Matthew Goode até que que tenta ser efetivo no filme, com um sotaque irlandês com uma precisão impecável, interpretando o barman irlandês Declan, mas o personagem não lhe deixa evoluir mais, devido ao fraco e preguiçoso roteiro e as armadilhas do gênero.

Os interessados na história já sabem o que vão ver, não será surpresa nenhuma principalmente pra quem já viu o trailer,e acredite, a incerteza foi deixada bem longe da lista de convidados desse filme, mas pra quem ta em busca de um romance leve, descompromissado e não se irritar muito em saber o que exatamente vai acontecer na cena seguinte, Leap Year é o seu filme. O filme agradará a grande maioria das mulheres deixando elas com um sorrisinho de satisfação ao final da projeção. Leap Year está longe de ser uma das melhores comédias românticas, mas também não chega a ser um filme desagradável, é simpático e afável suficiente para deixar a maioria das pessoas com uma boa sensação ao final do filme

NOTA 2 REGULAR

sexta-feira, 25 de junho de 2010

"TERRA FRIA"


Com um começo calmo e sem muitas explicações do que de fato está acontecendo, você acaba nem vendo quando se envolve de vez com o filme. Ele tem uma condução perfeita e envolve quem o assiste do começo ao fim. Terra Fria merece o título de excelente filme.

“Terra Fria” gira em torno do tema preconceito contra as mulheres. No começo, somos apresentados ao filme de forma calma, sem saber que o desenrolar está por vir. Nele, Josie Aimes (Charlize Theron, vencedora do Oscar de Melhor Atriz por "Monster"), tem uma vida a par da que estamos acostumados a ver por aí. Nenhuma santa, isso é verdade, mas que passou por muitas coisas as quais poucas pessoas sabem o quanto deve ser ruim. Só de se imaginar passando pelo que ela passa, já temos um motivo para ficarmos atados a projeção. Josie é uma mulher determinada, que não aceita mais ser sustentada por um marido que a espanca e resolve ir para a casa dos pais. Por uma amiga, fica sabendo que a mina da cidade está contratando mulheres. Como a procura é pouca, pois é um dito trabalhão masculino, a aceitação no emprego se torna fácil. Além do mais, o salário é o suficiente para sustentar seus dois filhos e ainda ter uma diversão. Porém, para chegar ao fim do mês e receber o que tem direito, a protagonista tem que passar por muito mais do que horas de trabalho, afinal, Josie por não aceitar o errado, acaba sendo veementemente caçada pelos companheiros de trabalho, os quais de forma alguma aceitam uma mulher fazendo o mesmo que eles e ganhando tão quanto. Inclusive seu pai, Hank (Richard Jenkins).

A condução do filme é uma coisa maravilhosa. A trilha sonora, as atuações e o cenário, tudo ajuda na criação de um clima que envolve o espectador quando ele menos espera. Você começa a assistir e, quando percebe, já se passaram 123 minutos de projeção. A mão perfeita da direção de Niki Caro é latente. O filme demonstra uma linearidade que leva para o público um sentimento de estar dentro do que acontece e facilmente cria nele a expectativa de querer saber o que estar por vir sem querer ficar adivinhando, mas aceitando o que o filme vai mostrando aos poucos e sempre na hora certa.

A temporalidade da trama também é perfeita. Inicialmente, a história é um flashback e sabemos disso pelas poucas vezes que a narradora é mostrada – no caso, Josie que está em um julgamento por ter processado a empresa na qual trabalhou -, contudo, repentinamente o flashback se mistura com o atual e o filme toma o rumo final da forma mais envolvente possível. O atual é mostrado e, como todos nós já vimos a história de vida da protagonista, nos tornamos aliados em seu caso que está sendo julgado. É uma sensação maravilhosa, que poucos filmes fazem e, quando tentam, erram feio, deixando o final totalmente premeditado.

Com uma atuação primando a perfeição, Charlize Theron, encanta os olhos mais ávidos. Lógico, nem tudo é maravilha, mas o olhar, a forma de falar de se apresentar, cativam por demais. Tudo bem que, a condução do filme ajuda a gostarmos da personagem, entretanto não é nada fácil fazer o que a grande atriz fez. De fato, o elenco é um primor a parte. Nele desfilam ótimas interpretações de Sean Bean, que gradativamente nos faz esquecer que foi o Boromir de “O Senhor dos Anéis” por conta das simples, mas eficientes interpretações; Frances McDormand, de “Quase Famosos”, que com a personagem Glory é explorada da forma certa e atinge a meta quando é necessitada uma ótima presença de cena; Richard Jenkins , quando requisitado para coisas mais difíceis, faz bonito; e, dentre os mais analisáveis, os dois garotos que fazem os filhos da protagonista, além das ótimas atuações de Jeremy Renner e Woody Harrelson.

Como todo bom filme, a trilha sonora não pode passar em branco. À medida que o filme vai se desenrolando ela vai ficando mais tensa ou melosa e reflete o que a cena está nos passando. Sem falar que tudo isso é feito com músicas muito boas recheada de canções de Bob Dylan.

Dentre tantas coisas que o filme aborda, como a luta de classes, o fato de querer fazer o que aparentemente não parece estar ao alcance, o principal é o preconceito contra as mulheres e ele é demonstrado de várias formas. Eu fiquei com raiva diante de certas coisas a que fui submetido a ver, pois nenhum ser humano merece ser julgado pelo sexo, cor, conta bancária e etc. De certo, nós somos todos iguais, até mesmo os crápulas machistas que perdem tempo infernizando a vida das mulheres, vai que um dia eles se tocam e começam a agir de uma maneira mais correta.

Finalmente, todos sabemos bem, até o mais alienado, o quanto ser diferente causa preconceito, mas convenhamos que ser mulher, não é ser diferente. Quem disse que o homem é melhor? Quem disse que o homem tem sempre que ser o melhor? O filme deixa bem claro que o machismo é podre e somos inervados pelas atrocidades as quais passa a protagonista. Quem for machista, por favor, repense seus princípios de vida, pois de animais inescrupulosos o mundo já está transbordando e, sinceramente, nem o mundo nem ninguém precisam desse tipinho.

NOTA 5 EXCELENTE

quinta-feira, 24 de junho de 2010

"WIMBLEDON O JOGO DO AMOR"


Está virando rotina. Há muito tempo podemos observar duas vertentes comuns que dois mercados distintos estão seguindo durante os últimos cinco ou seis anos quando o assunto é o gênero “comédia”. Essas vertentes, mais especificamente, são as comédias norte-americanas (que vêm se “especializando” em comédias voltadas ao público adolescente ou teen, popularmente chamadas de pastelonas, vide “Todo Mundo em Pânico” e produções similares) e as européias (principalmente as inglesas; nessa vertente observamos constantes aparições das chamadas comédias românticas, algumas mais leves e singelas que outras, como é o caso de Wimbledon o Jogo do amor, e outras mais exageradamente românticas).

Generalizações à parte, não estou procurando rotular nenhum dos dois mercados em particular, mas vem sendo notável o salto de qualidade que algumas comédias tipicamente britânicas vem apresentando com certa regularidade. Enquanto comédias interessantes e inteligentes como “Melhor é impossível” vêm tornando-se cada vez mais escassas nos EUA, do outro lado do oceano vemos produções que sabem dosar cada vez mais o teor cômico com o romântico sem esquecer outros importantes aspectos técnicos do filme, como a fotografia e a montagem; ainda em estágio de aperfeiçoamento, é verdade, mas vem sendo notável a melhora de uns tempos pra cá...

Montagem e fotografia! Já que tocamos no assunto, por que não começar a citar os pontos positivos de “Wimbledon – Jogo do amor”. Sem sombra de dúvida a primeira impressão que temos ao sermos apresentados ao cenário da história é a melhor possível. A direção de arte é muito bela, diga-se de passagem, para um filme do gênero. As tomadas de Londres são simplesmente fantásticas, mas nada se compara às lindas seqüências nas quadras de tênis, principalmente quando o diretor tenta mostrar a angústia e o desespero momentâneo pelo qual personagem principal passa.

Outra boa surpresa a que somos apresentados é a química entre Paul Bettany e Kirsten Dunst. Os dois fazem um bom trabalho juntos e contam com uma ajuda que todo par romântico deveria ter, bons coadjuvantes. Apesar do final do filme ser bastante previsível, a forma como a história é estruturada e a utilização de bons coadjuvantes torna o roteiro extremamente divertido. Elementos como o irmão de Peter e seus pais, o pai da bela tenista (interpretado por Sam Neil) e alguns outros mais tornam a comédia um pouco mais engraçada.

A história gira em torno de Lizzie Bradburry (Kirsten Dunst), uma tenista no auge da carreira extremamente orientada a vencer todos os campeonatos que participa, tendo como principal técnico e apoio seu sempre presente pai e Peter Colt (Paul Bettany), um tenista em fim de carreira que sequer conseguiu qualificação para disputar Wimbledon, foi convidado. Os dois se conhecem logo no início do torneio e a partir daí temos o deslanche do romance de ambos.

O filme apresenta uma pequena queda de ritmo na parte em que o casal principal se desentende. Mas isso é contornado por um final bastante agradável ainda que previsível. Além de contar com uma boa montagem e excelente fotografia, como previamente citado, Wimbledon ainda possui elementos bastante ricos e comuns a comédias românticas como uma boa trilha sonora, nada muito rico em detalhes, mas agrada.

Wimbledon é com certeza um bom filme para se assistir com uma ótima companhia. Com certeza ao ver algumas seqüências dentro da quadra de tennis de Wimbledon você pensará consigo mesmo “uau, não pensei que fosse tão bonito assim”. Talvez até nem seja, infelizmente nunca pude estar lá para comprovar. Méritos do diretor que conseguiu criar um cenário vivo e intenso para adaptar sua história.

NOTA 3 BOM

"PERSEGUINDO UM SONHO"


Perseguindo um Sonho é o novo filme de Ryan Fleck e Anna Boden, roteiristas do elogiado Half Nelson, que aqui também dividem os créditos na direção. Contando a história fictícia de Miguel “Sugar” Santos, um jovem de 20 anos da Republica Dominicana que dedica sua vida a jogar baseball. Depois de ser chamado para um treino nos Estados Unidos, ele acaba sendo convocado para o time da primeira divisão. Mas Sugar começa a sentir a pressão, não apenas da responsabilidade que ganhou em tão pouco tempo, mas também pela sua dificuldade de aprender o idioma e por seus amigos estarem sendo mandados embora.

Para começar, considero esse filme muito superestimado pela crítica norte-americana, que foi extremamente elogiado e sendo inclusive apontado com um dos melhores filmes de esporte já realizado.

O maior problema de Perseguindo um sonho é que ele não consegue fazer com que o público realmente fique interessado na história do jovem dominicano que tem como única saída para sair da pobreza do seu país, a carreira como atleta de Baseball , um esporte muito popular por lá que aqui no Brasil quase não tem espaço ou até mesmo nenhum.

Esse é o outro grande problema da produção não ter sucesso aqui no Brasil, o esporte Baseball não tem nenhuma popularidade por aqui, com a maioria das pessoas, inclusive eu, não conhecer absolutamente nada das regras do esporte, apesar de que o verdadeiro contexto do filme não é contar a história do esporte e sim contar a grande realidade da maioria desses jovens de Porto Rico , República dominicana e até mesmo de Cuba, que vão tentar a sorte no esporte nos Eua, com a promessa e sonho de ser tornarem famosos e bem sucedidos.

Além da falta de empatia com a história do filme, o que mais me fez não gostar tanto desse filme foi o fato de faltar momentos que a emoção esteja presente, fatos que iriam fazer nos aproximar da história do personagem principal.

A história do jovem tentando encontrar seu destino, criado a vida inteira por seu pai e sua mãe para jogar baseball e que teve que sacrificar seus estudos e até mesmo o contato com sua família para se dedicar ao esporte, e se de início, é tocante que o jovem se mostre realmente dedicado ao esporte, logo começa a questionar suas escolhas (mesmo que jamais culpe seus pais), logo demonstra uma triste falta de maturidade (que é mostrada na maneira como ele abraça o senhor que o hospeda, por exemplo) que será fundamental não apenas para o filme finalmente revelar seu objetivo, mas também mostrar que o filme tinha o potencial para ser algo muito melhor e mais ousado.

E ao exibir no desfecho, vários jogadores latino-americanos que acabaram no mesmo dilema do protagonista, Perseguindo um Sonho se revela uma obra ambiciosa, que não acerta o ritmo desde o seu início, mas fica o gosto amargo que poderia ser algo bem melhor devido ao seu material.

NOTA 2 REGULAR

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"CARTAS PARA JULIETA"


Todos os tiques cômicos que o diretor Gary Winick havia exagerado em Noivas em Guerra, felizmente, conseguiu atenuar em sua nova comédia água com açúcar, Cartas Para Julieta. O tema? O amor, como sempre.

Durante uma viagem a Verona, Sophie encontra uma carta escrita há 50 anos pedindo conselhos sobre um amor proibido. Ela resolve responder e a autora volta a Itália para encontrar seu amor da juventude.

Amor proibido perdido no tempo, o sonho de ser escritora, um casal cujo relacionamento está desgastado por falta de comunicação... o filme Cartas para Julieta (Letters to Juliet) usa elementos que não podem ser chamados de originais para criar uma história de amor fofinha.

O que diferencia essa produção das demais são as belas paisagens italianas, exploradas ao máximo durante a jornada dos personagens em busca do amor do passado. De resto, as coisas caminham muito de acordo com uma fórmula pré-estabelecida, apostando no carisma de Amanda Seyfried (O Preço da Traição) para somar simpatia ao conjunto.

Se você estiver em um dia tolerante, de bom humor e pronto para um mundo no qual tristeza não tem vez, Cartas Para Julieta pode ficar bem melhor do que ele é. Isso porque Winick fica na fronteira entre derrubar o pote de mel sobre sua história ou adicionar doses pontuais de doçura no filme.

Na maioria do tempo, consegue se controlar, afastando a câmera nos momentos necessários, mantendo o respeito aos personagens. Pesam a seu favor um argumento interessante, locações paradisíacas e a participação de dois monstros do cinema, Vanessa Redgrave (ainda deslumbrante aos 73 anos) e Franco Nero, o astro dos western spaghetti (e extremamente charmoso com 68 anos).

Cartas Para Julieta é uma jornada de descobrimento para todos os personagens. A começar por Sophie (Amanda Seyfried), que trabalha apurando fatos, mas almeja tornar-se uma jornalista da revista The New Yorker. Ela viaja para Verona em Lua de Mel com Victor (Gael García Bernal) e, inesperadamente, conhece a Casa de Julieta: mulheres de todo o mundo vão para lá depositar bilhetes sobre o amor (seja a presença ou a falta dele). Quem responde as cartas são as Secretárias de Julieta.

Sophie precisa da viagem para entender se o amor está realmente no seu coração. Victor, por sua vez, tem várias descobertas profissionais. Charlie (Christopher Egan) precisa provar que não tem uma pedra em vez de um coração. Do outro lado, Claire (Redgrave) e Lorenzo (Nero) buscam recuperar o passado. Cada um com seu objetivo, todos envolvidos direta ou indiretamente nos paraísos da região de Toscana, como Siena e Florença.

Um ponto negativo que salta aos olhos é a atuação caricata de Gael García Bernal, vivendo um cozinheiro empolgado pelos sabores da cozinha italiana que às vezes parece um idiota (não no sentido cômico). O personagem não colabora, mas a atuação de Bernal acaba afundando ainda mais qualquer posibilidade de torcida que o rapaz teria. Felizmente seu tempo em cena é bem reduzido.

Um fato curioso para a produção é que Redgrave e Nero amantes também na vida real reataram o romance entre eles em 2006, já que foram amantes a quase 40 anos atrás.

Com Vanessa Redgrave e Franco Nero , um casal na vida real no elenco, o desfecho é bem previsível. Assim como sabemos como irá terminar a relação de ódio entre Sophie e Charlie.

Como toda comédia romântica padrão, tudo acaba bem para todo mundo , até mesmo para os que ficam sós. Os méritos de Cartas Para Julieta estão muito antes do final. Eliminando o desfecho esperado, o filme de Winick distribui um astral boa-vida sem derrubar um pote de mel, assumindo assim o mérito de ser a melhor comédia romântica do ano até o momento.

NOTA 4 ÓTIMO

terça-feira, 22 de junho de 2010

"O GRANDE DESAFIO"


Voltando a Viver (2002), estreia como diretor de cinema do astro Denzel Washington, contou a trajetória do marinheiro Antwone Fishe, interpretado por Derek Luke. O Grande Desafio, obra que teve entre seus produtores a apresentadora Oprah Winfrey, e segundo trabalho do ator na direção, também investe na vida real de negros que, de alguma forma, tornaram-se mitos da cultura afro-americana.

Assim como naquele filme, Washington também atua. Mas se na produção de 2002 ele foi coadjuvante, aqui ele protagoniza como o verídico professor Melvin B. Tolson, que liderou uma turma de garotos prodígios da Willey College, instituição apenas para negros.

Incentivados pelo tutor, os jovens Henry Lowe (Nate Parker), Samantha Booke (Jurnee Smollett) e James Farmer Jr. (Denzel Whitaker) formaram uma equipe praticamente imbatível de debatedores (daí o título original, “The Great Debaters”; “os grandes debatedores” em português) entre os anos 20 e 30, primeiro derrotando as principais universidades para negros, e depois, conseguindo um confronto histórico com a toda poderosa Harvard, formada por alunos brancos.

A competição, que não tem tradição no Brasil, reúne duas equipes de estudantes que precisam argumentar e convencer jurados sobre temas pré-definidos.
Apesar do tema que remete a filmes como Meu Mestre, Minha Vida,Escritores da Liberdade e outros longas sobre pessoas que transformaram a vida de outros seres humanos, O Grande Desafio tem personalidade própria.

Washington filma a trajetória dos protagonistas sem apelar para o melodrama, diferente da maneira que Clint Eastwood fez recentemente emInvictus, buscando o choro do público a todo o momento. A história, por si só, já emociona e pode levar às lágrimas. Principalmente quando constatamos que, mesmo após a escravidão ter sido abolida há anos nos EUA, negros eram incendiados no Texas (estado onde se passa a trama), como diz James Farmer Jr..

O roteiro poderia ser mais enxuto, é verdade. A subtrama amorosa entre Henry e Samantha, e a cena em que Farmer Jr. imagina-se dançando com Samantha, não fariam falta ao longa. Mas são deslizes perdoáveis para um diretor novato, como Washington, que não esconde o carinho e a admiração pelos personagens, inclusive o seu, que também atua clandestinamente incentivando trabalhadores (negros e brancos) e lutarem por seus direitos.

Com um elenco notável, que inclui dois vencedores do Oscar (Washington e Forest Whitaker ), e jovens talentosos, O Grande Desafio é um filme digno, admirável e tem grandes momentos de interpretação. Forest, por sinal, está presente naquelas mais impactantes.
Como exemplo, a cena em que James Farmer (Whitaker) atropela um porco e precisa se desculpar com dois homens brancos, que o humilham. Ou quando o mesmo confronta Melvin B. Tolson. Ambos são homens e profissionais de posturas e opiniões diferentes, mas têm respeito um pelo outro e sabem que, apesar das diferenças, desejam o mesmo: igualdade social.

Indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Dramático em 2008, e vencedor, no mesmo ano, do prêmio Stanley Kramer do Sindicato dos Produtores, o filme sai direto em home vídeo no Brasil e precisa ser descoberto.
Mesmo porque, numa época em que bandidos tem protagonizado cinebiografias, é sempre saudável presenciarmos obras como essa, sobre a vida real de pessoas que fizeram o bem, romperam barreiras sem precisar fazer uso de armas, contando “apenas” com o dom da sabedoria e a fé em suas atitudes.

PS: Durante os letreiros ficamos sabendo os destinos dos principais personagens. Se você não estudou história norte-americana, espere e surpreenda-se.


NOTA 4 ÓTIMO

quarta-feira, 16 de junho de 2010

" ESQUADRÃO CLASSE A"


Nos últimos tempos o que mais tem aparecido, de filmes, são remakes e todos os tipos de adaptações, remodeladas para se tornarem grandes blockbusters (que muitas vezes fracassaram). Parece até que se está passando por uma crise grande de criatividade entre os roteiristas e produtores. Esquadrão Classe A (The A-Team, EUA, 2010), de Joe Carnahan, se encaixa perfeitamente na descrição anterior, mas por conseguir ter ótimas sacadas e possuir um ar meio retrô de antigos filmes de ação, conseguiu se destacar entre eles.

Logo de início temos uma bela apresentação de como se deu a formação do Esquadrão Classe A: Hannibal (Liam Neeson), Face (Bradley Cooper), Baracus (Quinton ‘Rampage’ Jackson) e Murdock (Sharlto Copley). E diferente de outros times, o diferencial deste é sua criatividade e ousadia, totalmente kamikaze, para elaborar e efetuar planos mirabolantes nas suas missões.

Ao contrário do original, em que eram veteranos do Vietnã, agora eles são do Iraque. E a respeito disso há uma tomada bem interessante, apesar de ser bem singela e rápida, de quando estão no Iraque, mostrando um companheirismo e fraternidade entre o exército americano e os civis iraquianos. Talvez seja mais uma, das milhões, tentativas subliminares de tentar “reescrever” a história dos EUA. Mas diferentes de vários outros filmes do gênero, os inimigos do Esquadrão Classe A não são estrangeiros malucos (russos comedores de criancinhas, vietnamitas assustadores, japoneses psicóticos, …), que torna o enredo bem mais sólido e verídico.

Cenas de ação é que não faltam, acredito que a frase que melhor resume Esquadrão Classe A é: “se você pode colocar mais, porque não colocar ainda mais“? Ou seja, somos bombardeados com uma cena de ação atrás da outra, bem megalomaníacas, mas seguindo um bom estilo como os da série James Bond. Apesar de você saber que quase tudo aquilo nunca poderia acontecer no mundo real, é justamente nisso que se encontra a beleza e o encantamento. Isso é claro, se deu principalmente pelo humor muito bem feito, repleto de citações de elementos do dia a dia de grande parte do público. As tomadas com tiradas (piadinhas) sobre os filmes em 3D, o Blue Man Group, e dos jogos de videogames, com a frase “Whoah, it’s just like Call of Duty!” (Nossa, é como em Call of Dutty!), são inesquecíveis.

Esquadrão Classe A é para se divertir e curtir (muitas) boas cenas de ação. Quem conhecia e gostava da séire de TV, na qual foi baseada, acredito que terá vários flashbacks dela e não deverá se desapontar com esta nova versão.

NOTA 4 ÓTIMO

" A RESSACA"


Sinceramente, não sei como a crítica americana pode ter gostado tanto desse filme, que para mim parece mais um genérico do sucesso mundial “Se beber não case”, que pra mim já não foi lá grande coisa, mas que com certeza é bem superior a esse a “A ressaca”.

O novo filme de John Cusack começa errado pela tradução do título, do original “Hot Tube - time machine”, foi erroneamente traduzido como “A Ressaca”. Era preferível manter o título original ou traduzí-lo ao pé da letra, sendo algo do tipo “Jacuzzi – Máquina do Tempo” ou até mesmo dar esse título “A ressaca” para o filme que praticamente foi a fonte para esse filme, o sucesso “Hangover” que na tradução exata seria a ressaca e não “Se beber, não case como fora traduzido por aqui, mas enfim , vamos a história.

A história é de 4 amigos: um alcoólatra suicida, um nerd, um workaholic e um submisso à mulher. Após a tentativa de suicídio de Lou (o alcoólatra), os amigos viajam pra uma cidade onde curtiram os melhores anos de suas vidas. O que acontece é que durante a bebedeira dentro de uma jacuzzi eles voltam no tempo, no ano de 86; que foi decisivo na vida deles. Ao retornarem ao fatídico cenário, eles se deparam com ícones da cultura pop e clichês oitentistas: piadas com Michael Jackson (mesmo depois de morto ele continua sendo alvo delas), walkman, neon, Poison etc. Esse é o ponto forte, o revival.

A menos que você tenha uma queda por filmes escatológicos passe longe deste que começa com uma cena em que Nick (Craig Robinson), no pet shop, tira uma chave de carro do cachorro (detalhe: a chave estaria no intestino)... na sequência, em outras situações, vômitos e piadinhas grosseiras. O roteiro é simpático, mas contém muitas falhas; como a valorização da sobrenatural máquina do tempo. As confusões armadas pelos amigos - de humor negro e ácido - são mais atraentes que as explicações mirabolantes da time machine. Ensaiam um “Bill e Ted” versão 2010, mas não chegam a tanto. As piadas são fracas, mas estão inseridas em situações interessantes; ficando muitas vezes ‘soltas’ demais e conta com a cooperação do público na compreensão.

Me perdoem os bem humorados, eu também sou e estou sempre de bem com a vida , mas prefiro um humor um pouco mais refinado. As interpretações beiram o overacting...


NOTA 1 RUIM

quarta-feira, 9 de junho de 2010

"UMA NOITE FORA DE SÉRIE"


Na trama de Uma Noite Fora de Série (Date Night, 2010), Carell e Fey interpretam Phil e Claire Foster, um casal suburbano normal, com dois filhos e uma vida um tanto sem graça, em que nada de muito interessante acontece. A maior diversão do casal, na verdade, é sair uma vez por semana para um cineminha e um jantar em restaurantes normaizinhos e pouco glamurosos. Até o dia em que resolvem ter uma noite mais agitada num restaurante da moda, acabam confundidos com um casal de chantagistas e começam a ser perseguidos por bandidos que, entre outras coisas, querem matá-los. A partir daí, seguem-se algumas correrias divertidas, com o casal boa-praça investigando por conta própria o que está por trás da confusão em que se meteram.

Até aí, tudo de bom. A história do sujeito comum confundido com alguém perigoso é um dos alicerces do cinema comercial e já rendeu obras ótimas. Mesmo quando a trama é usada como mote para uma comédia de erros, ainda cria possibilidades narrativas bastante interessantes. E também poderia fazer de Uma Noite Fora de Série um filme memorável, se não fosse pela direção insossa e burocrática (como sempre) de Shawn Levy.

Em Hollywood o valor de alguém não é medido pelo seu talento, mas pelo seu sucesso. Apesar da mão pesada e da falta de criatividade, Levy dirigiu alguns filmes que sairam-se bem nas bilheterias como Uma Noite no Museu 1 e 2, A Pantera Cor-de-Rosa e Recém-Casados. O sucesso desses filmes se deu pela presença de seus astros e pelo trabalho de divulgação dos estúdios porque eram todos medianos, se tanto. A boa notícia é que Levy, apesar de tudo, não consegue estragar muito Uma Noite Fora de Série.

Piadas, o roteiro traz aos montes: uma perseguição de automóveis que envolve, além dos heróis e dos bandidos, um motorista de táxi, é hilária e um dos pontos alto do filme. Os mistérios da história não são tão misteriosos assim (quase qualquer um acostumado aos clichês do cinema ou que conheçam alguns atores que obviamente não estariam ali pra fazer uma ponta de 20 segundos já tem uma idéia do que vem pela frente), mas seguram a atenção. Algumas das sequências mais (ou menos) sérias, aquelas onde os personagens param por alguns minutos para discutir seu relacionamento, são previsíveis mas você sabe que elas precisam estar lá. Mas nada é genial e, em grande parte, a culpa é de Levy com sua direção padronizada e falta de inspiração.

Assim, como não poderia deixar de ser, toda a força e as qualidades de Uma Noite fora de Série acabam residindo no carisma e no talento dos atores. Carell e Fey estão muito bem, divertindo-se com os papéis e mostrando isso ao espectador. É deles a função de carregar o filme e o fazem com louvor. Honras também ao terceiro nome do elenco, Mark Whalberg, que consegue ser engraçado mesmo fazendo cara de nada na maior parte do tempo, como um especialista em segurança que parece ser alérgico a camisetas.

A presença de uma penca de coadjuvantes legais também ajuda a manter o interesse. Se você não prestar muita atenção à lista do elenco antes de sentar pra ver o filme, vai ter algumas surpresas legais ao descobrir a presença de Mark Ruffalo, por exemplo (tá, já falei demais, descubram sozinhos de quem são as outras participações especiais).

Com tudo isso, Uma Noite Fora de Série não é genial, não é a comédia do ano e não vai entrar na lista de ninguém como um dos 10 melhores filmes de 2010. Mas vale a conferida pra ver Fey e Carrell no auge da forma, curtir algumas boas piadas e uma trama que pelo menos não ofende demais a inteligência. Só não espere nada fora de série...

NOTA 3 BOM

"JUVENTUDE EM REVOLTA"




Confesso aqui que não sou lá nem um pouco fã ou admirador do trabalho do jovem ator Michael Cera, não lembro de ter gostado de ao menos uma atuação dele nos filmes e ao que tudo indica, cada vez mais ele vai ficar preso ao único papel que lhe é concedido: o tímido nerd que sempre está correndo atrás de acabar com sua contínua e triste virgindade, mas vamos ver até quando ele vai conseguir repetir o mesmo papel.

Neste filme, por incrível que pareça, ele representa mais um nerd(novidade), Nick Twisp (Michael Cera) tem a vida simplesmente nula. Tem um amigo, que é o único cara que ele considera mais fracassado que ele. Apaixonado por cinema, tem medo de morrer virgem. Seu pai (Steve Buscemi), vive com uma garota bem mais Jovem e Nick mora com a mãe e o namorado Jerry (Zach Galifianakis | Se beber, não case), um caminhoneiro especialista em etiqueta à mesa. O gordinho escroto se meteu em confusão com marinheiros e obriga a família a tirar umas férias forçadas. Como Nick não tem propriamente uma vida, ele topa, por quê não?


É lá que tudo muda, apesar de viver em um trailer caindo aos pedaços, ele conhece a ambiciosa e tentadora Sheeni Saunders, que muda sua vida. Para acompanhar o ritmo da garota, Nick vê a necessidade inconsciente de criar outra personalidade, François Dillinger um tipo francês “malandrim” com direito a bigodinho e tudo, tudo porque a tal garota é apaixonada por tudo que seja francês ou oriunda daquela área. François Dillinger fuma, é corajoso e é irresistível para as garotas. Nick agora se reveza com seu oposto, o impetuoso delinquente François.

Adaptação dirigida por Miguel Arteta, apesar de ter a boa premissa da briga de personalidades de Michael Cera, não andou legal. A história demora demais para seguir um caminho e quando finalmente acontece... Não acontece.

A ideia de Michael Cera x Michael Cera tinha tudo para dar certo, porém acredito que tenha sido mal e pouco explorada, esse "conflito", a grande sacada, é deixado praticamente de lado. Conta-se nos dedos de uma tartaruga ninja as cenas realmente engraçadas (apesar das frequentes boas tiradas), e torça para não ter visto todas nas variações de trailers. Filme quase todo divertido, bem humorado, mas, com os cortes necessários e inevitáveis, no nível de uma Sessão da Tarde.

O que Arteta passa é que o teor de comédia, que é o que propõe o filme, é contido demais. E quando se fica o tempo todo com o pé no freio, o carro não anda. Desperdício do baita elenco que tinha em mãos, uma pena.

"Juventude em revolta" (Youth in revolt) está sem data de estreia definida no Brasil, já que ainda está sem distribuidora, mas já saiu nos Estados Unidos e Europa. Apesar de que, o mais seguro é esperar sair em DVD para assistir, com certeza o destino mais provável, já que não vale o ingresso caro das telonas.

NOTA 2 REGULAR

segunda-feira, 7 de junho de 2010

"LEMBRANÇAS"


Um filme totalmente despretencioso que se aproveitou enormemente de uma jogada de marketing para surpreender totalmente a platéia, seja composta por tietes do galã do momento de Hollywood ou não, se valendo de um ótimo boca a boca e crítica muito dividida nos States, pelo caráter apelativo de certa parte do filme.

A premissa de Lembranças não poderia ser mais simplista. Tyler é um rapaz problemático e rebelde com problemas com sua família, especialmente seu pai, depois de uma tragédia na família. Ele então conhece Ally por uma sequência de fatores desafortunados que os colocam no mesmo caminho. Inevitavelmente eles se apaixonam e seu relacionamento os inspira e parece aos poucos curar suas feridas, mas os segredos das circunstâncias que os uniram podem ser a mesma coisa capaz de separá-los.

Acreditem quando eu digo que poucas vezes vi um filme com tão baixa expectativa e descrença pelo filme e acabo por sair até satisfeito com o resultado final da produção. O roteirista Will Fetters foi um dos “culpados” pelo filme ter me agradado, o roteiro de Fetters vale ouro por motivos que não posso revelar sem liberar grandes spoilers.

Nada nesse filme é tão simples assim. O diretor Allen Coulter não é nada criativo, mas extremamente sensível. Talvez o responsável pela música, Marcelo Zarvos, tenha acatado as dicas de Michael Giancchino que lhe renderam o Oscar e decidiu por algo bem sutil. Ao invés de dramatizar demais momentos tensos, tanto diretor quanto responsável pela trilha, decidiram ser sutis e calmos com pouca ou nenhuma música em momentos chave. Sábia decisão.

O elenco vai do medíocre ao espetacular. Enquanto os jovens Robert Pattinson (Tyler) e Emilie de Ravin(Ally) tem muito a aprender – Pattinson mais ainda que Ravin, já que parece só saber fazer o tipo melancólico introvetido . O show fica por conta dos veteranos. Chris Cooper como pai de Ally é fantástico dos minutos iniciais em que abre o filme até perto do fim onde tem papel ativo. O maior ator do filme sem dúvida foi Pierce Brosnan. Finalmente ganhando o respeito deste que vos escreve, pois dificilmente algum personagem me enfureceu mais por “omissão” do que o pai de Tyler, interpretado por Brosnan. Genial. Poucos atores conseguem incitar tamanha raiva e desprezo da platéia com tamanha simplicidade. Estrela revelação é Ruby Jerins, que faz a irmã caçula de Pattinson no filme, roubando a cena de forma que não vejo desde Haley Joel Osment em Sexto Sentido.

O filme realmente trata sobre relacionamentos, mas o “amor” dos dois protagonistas acaba virando pano de fundo para um filme sobre família, tragédias, luto e superação. Analise essas palavras, assista o filme inteiro e entenda o que quero dizer. Minha dica seria: se livre dos preconceitos com os atores e a premissa. Supere os 30 minutos nervosamente clichê do começo do filme, que poderiam ser enxutos. Comece a se envolver com os personagens e desfrute a viagem.

NOTA 3 BOM

sábado, 5 de junho de 2010

"O ESCRITOR FANTASMA"


Nesta adaptação do romance “The Ghost”, escrito por Robert Harris, um escritor Fantasma, pessoa que escreve para outra sem receber os créditos pelo trabalho, é contratado para completar as memórias do ex-primeiro-ministro britânico Adam Lang vivido por Pierce Brosnan. A princípio, ele nega, mas quando fica ciente de que aquela é a oportunidade de sua vida, ele aceita e parte para o desafio. A falta de claridade entre os fatos ocorridos na vida de Lang, a misteriosa morte de seu antecessor neste trabalho, o fator político envolto, tudo isso aliado à fotografia e à linguagem do diretor, transformam em um filme de suspense intrigante, no qual a verdade pode custar caro a quem encontrá-la.

Os traços do diretor Roman Polanski e seus problemas reais com a justiça estão presentes mais do que nunca na obra. O próprio isolamento de Adam Lang representa um pouco o isolamento vivido pelo diretor, embora o contexto político aproxime mais a obra com a vida de Tony Blair. Assim, observamos uma obra repleta de mistérios, em que muitos destes estão ligados ao mundo da política sempre com um olhar crítico interno do problema.

Ewan McGregor é o escritor fantasma encarregado da missão. Sua função na obra está muito relacionada à função de seu personagem à medida que o mesmo também serve de desculpa para mostrar o que acontece do lado de dentro da política, marcado sempre por traições de diversos níveis e gêneros. Assim, enquanto o escritor vai tentando entender a vida do político, o espectador também vai entendendo o real objetivo da obra. Quanto ao trabalho de McGregor, pode ser considerado eficiente do ponto de vista de interesse da obra.

Em uma obra em que o clima de mistério se mistura com um fundo político e sensível de Polanski, a fotografia não poderia ser mais adequada. Ela é fascinante. O tom cinza exalta ainda mais o mistério, bem como o ambiente isolado em que Lang vive e sua falta de vida. Uma cena logo vem à mente de quem percebeu esse lado poético da obra. Uma pessoa que trabalha para Lang tenta varrer uma área da casa do ex-ministro, mas não consegue devido à ventania. Ele não desiste, embora o vento sempre o faça começar de novo. Assim, a cena serve para inúmeras interpretações. A triste rotina de uma pessoa que vive isolada, a impossibilidade de lutar contra o sistema envolvido ou a própria política e seu lado repetitivo.

A condução cadenciada do filme é um dos seus grandes pontos fortes. Histórias de mistério possuem um segredo bastante intrincado de serem levadas de modo a nem deixar o público com a impressão de que a solução está sendo apressada, muito menos de possuírem um ritmo arrastado. O filme leva o seu tempo apresentando os seus personagens, deixando crescer a tensão e a paranoia, ao mesmo tempo em que dá algumas respiradas mais leves, com um humor cínico e cômico até.

A trilha sonora é outro ponto forte na obra. Além de exaltar o suspense na obra, ela segura uma parte do filme em que toda a história política começa a cansar o espectador. Polanski mantém seu senso estético apurado. Além de um elegante trabalho de câmera, vida a cena do bilhete no clímax do filme, bem como a tomada que encerra a produção, temos a maneira espetacular com a qual ele retrata o reduto de Lang, em transparências que conseguem ser tremendamente intimidantes. O design de produção e a direção de arte são soberbos e só melhoram com a paleta de cores cinzenta e opressiva.

E se quase tudo na obra ecoa de forma eficiente, o forte apelo político e o ambiente forçadamente popular ofusca o seu resultado. A conotação política deveria ter ficado apenas em segundo plano, uma vez que a obra perde um pouco sua identidade própria, não só quanto ao gênero, mas, principalmente, quanto à mensagem. Ainda assim, temos uma intrigante obra em que suas qualidades sustentam a história e o público até o desfecho.

NOTA 4 ÓTIMO

"PRÍNCIPE DA PÉRSIA AS AREIAS DO TEMPO"


A maioria da molecada gamemaníaca de hoje não tem idéia da tradição que o jogo Prince of Persia representa no mundo dos games. Um dos jogos mais populares para os antigos computadores 486, foi inovador por misturar jogos e Le Parkour, prática esportiva obscura nos anos 80. De lá até a superprodução da Walt Disney muita coisa rolou e a franquia foi revigorada com jogos para os consoles da nova geração. A longa tradição do príncipe que enfrenta lugares estranhos, escala e pula paredes e precipícios chega em grande estilo as telonas e não faz feio frente aos fãs da antiga e nova geração.


Príncipe da Persia: As Areias do Tempo é sobre Dastan (Gyllenhaal), um jovem príncipe persa que deve juntar forças com a princesa Tamina, para impedir que seu nobre tio Nizam possua as Areias do Tempo, um presente dos deuses em forma que permite a viagem ao passado através de uma adaga que apenas seu portador permanece ciente do que aconteceu. Nas mãos erradas, as Areias do Tempo podem ser capazes de poder inimaginável e até da destruição da humanidade.

Lendo essa simples premissa e vendo os clips e trailers é fácil se deixar levar por um sentimento “repetitivo” na constante ação da divulgação. A grande vantagem é que o diretor Mike Newell resgata uma atmosfera a muito perdida com os primeiros filmes de Indiana Jones. Suspense, comédia e romance temperam o filme de ação na dose certa. As cenas são belíssimas e as caracterizações mais do que sofisticadas, no melhor estilo dos novos games. As cenas de Le Parkour estão coreografadas no limite da perfeição com leves deslizes, principalmente em momentos climáticos, com algumas tomadas bem aceleradas que as vezes ficamos sem saber exatamente o que está acontecendo, mas nada que vá prejudicar enormemente o filme.

No campo das atuações, quase não se tem nada a reclamar. Com atores muito bem colocados, todos desempenham perfeitamente seus papéis. Infelizmente pareceu até um pouco de desperdício um elenco tão fenomenal dramaturgicamente estar interpretando diálogos de certa forma limitados. Gemma Arterton aqui desempenha um papel mais forte e também com maior participação do que em Fúrias de Titãs. Jake Gyllenhaal tem a oportunidade de expressar sua veia cômica de forma nova e inusitada como a muito não fazia e dessa vez faz até bem, o único porém é o fato dele ser um ator extremamente expressivo que pode atrapalhar um pouco para personagens de filmes de ação ou seja faltou um pouco a ele aquele ar de machão que pode bater em todo mundo a qualquer momento , mas nada que chegue a atrapalhar o seu trabalho. Quem rouba a cena é, o sempre maravilhoso, Alfred Molina, com seu “anti-herói” contraventor. O grande destaque ao meu ver vai para o pequeno, mas importante papel de Tus interpretado por Richard Coyle. Pequeno mas muito bem executado.

Nunca é demais dizer que para um bom filme de ação, mesmo sendo apenas um filme de ação, é melhor ter diálogos mais profundos e menos repetitivos. Se espera que quando abram a boca nas suas raras ocasiões, os personagens tenham melhores argumentos a apresentar e não sejam sempre as mesmas frases, tentando explicar toda hora o que a adaga com as Areias do Tempo faz, por exemplo. Isso insulta um pouco a inteligência de alguns espectadores. Apesar do medo de que a própria ação pudesse ficar repetitiva, foi muito bem sacada e coreografada. Não enjoa. No final das contas, apesar desses pequenos “probleminhas’ na produção, pode-se facilmente classificar Príncipe da Persia: As Areias do Tempo como uma futura franquia bem sucedida.

O roteiro surpreende pelas conversas e tiradas entre Dastan e Tamina. Rola uma tensão sexual tão grande que arrancou certas reações da galera no cinema. Vale também a conferida. Seja por amor ao jogo, por gostar de filmes de ação divertidinhos, Príncipe da Persia é recomendado de qualquer forma para esse final de semana.


NOTA 4 ÓTIMO