terça-feira, 1 de junho de 2010

"FÚRIA DE TITÃS"


Pra começo de conversa, assisti ao filme em 2D que com certeza foi uma decisão acertada da minha parte que fez o filme ficar mais aceitável, vide as ferozes críticas que foram lançadas em relação ao 3D convertido do filme.

Fúria de Titãs (Clash of the Titans) tinha um potencial incrível para ser um grande clássico. Tinha. Remake do clássico de 1981, esta nova versão conta a história de Perseu, um semi-deus filho de Zeus na busca de vingança contra Hades (seu tio e senhor do submundo). Para isso terá que enfrentar diversos monstros como a Medusa e o Kraken.

Tem uma boa sinopse, teve ótimos trailers e videos divulgados. E esse foi o grande erro. Quase todas as grandes cenas já tinham sido vistas, e o filme não prende da forma como deveria prender. O filme em si não é ruim, mas como disse, tinha potencial para ser grande, épico, e não é. É só mais aventura mediana feita pra agradar o publico geral, e meio que ignorar os fãs do original.

Fúria de Titãs conta da batalha final entre reis humanos e deuses mitológicos, quando a guerra com os deuses ameaça destruir o mundo. Nascido de um deus mas criado como homem, Perseu é impotente para salvar sua família de Hades, vingativo deus do submundo. Com nada mais a perder, Perseu se voluntaria a liderar uma perigosa missão para derrotar Hades. Liderando um bravo grupo de guerreiros, Perseu sai em uma jornada perigosa nas profudezas do submundo. Batalhando demônios malditos e feras imponentes, ele somente sobreviverá se conseguir aceitar seu poder como semi-deus, desafiar o destino e criar seu próprio futuro.

Apesar de toda a parte mitológica já estar bastante batida (para quem assistiu recentemente Percy Jackson e o Ladrão de Raios, de Chris Columbus, encontrará muita semelhança) e mesmo não havendo nenhuma grande novidade na trajetória do herói em si, Fúria de Titãs não é tedioso por exibi-los mais uma vez. Esta nova versão almejou atualizar esses antigos personagens para os dias atuais e o fez muito bem, mas apenas tecnicamente. Os efeitos especiais, assim como a produção dos elementos, ficaram simplesmente perfeitos, produzindo um efeito de veracidade surpreendente. Apenas a caracterização dos deuses e os cenários bastante cafonas que incomodaram um pouco, devido principalmente a sua roupagem “militar”. Mas o pior acabou sendo Zeus (Liam Neeson), que pareceu mais um farol de armadura futurística perdido no meio de todos e atrapalhando até a legenda. Até onde eu saiba, se a personagem é um Deus por que usaria uma armadura pra se proteger? Enfim, erros como esse , assim como as barbas fakes e as perucas e como não lembrar da fumaça negra que a personagem Hades aparece em volta flutuando, segure-se para não gargalhar.

O elenco certamente não ajuda. Liam Neeson não nasceu para ser Zeus, ou qualquer um dos Deuses. O visual Qui-Gon Jin não ajudou também. Ele parece um mendigo, não o maior deus do Olimpo. Em atuação fica no mesmo patamar. Seu filho bastardo interpretado por Sam Worthington ajuda menos ainda. Ele já não é um ator top, com emoções bem robóticas e tudo mais. Imagine ele tentando personificar os sentimentos humanos mais básicos como a dor da perda ou fúria da revolta? Não dá, né? Por outro lado, muito gratas surpresas. O ator Mads Mikkelsen, reconhecido na Europa, faz uma fantástica interpretação do anti-herói de ação Draco e rouba totalmente a cena de Worthington. Ralph Fiennes encontra-se também péssimo , bem caricato e interpretando o mesmo papel que fez em Harry Potter, ele sem dúvidas tem as piores falas do filme.

Pelo lado positivo, a belíssima sequência de abertura contando a mitologia grega, aliada a visão “Fúria de Titãs” da mesma, é simplesmente belíssima. Fazendo alusão a astronomia e como várias constelações levam nomes mitológicos, foi envolvente e até criou um clima para o começo do filme, que… não correspondeu.
Mesmo não sendo tudo aquilo que aparenta ser, Fúria de Titãs é bastante divertido e as cenas de ação não decepcionam,apesar da total falta de clímax no final do filme, conseguindo manter um bom ritmo, apesar de todos seus defeitos, relembrando as produções B.

NOTA 3 BOM