quarta-feira, 30 de junho de 2010

" ELA É DEMAIS PRA MIM"


À semelhança de muitas outras comédias românticas sobre adolescentes e os seus “complexos” romances, “She’s Out of My League” (Ela é demais pra mim), finalmente uma tradução correta de um título de filme aqui no país, não consegue apresentar uma narrativa minimamente interessante. A sua história superficial e inimaginativa é centrada em Kirk (Jay Baruchel), um rapaz simpático mas extremamente inseguro que se envolve romanticamente com Molly (Alice Eve), uma jovem muito atraente e que se encontra claramente acima do seu nível.

As diferenças entre Molly e Kirk são tão evidentes que ninguém à sua volta acredita que esta relação tem um futuro promissor, no entanto, Kirk está determinado em demonstrar o contrário e tentará convencer os seus amigos e os seus familiares que se encontra à altura da sua extraordinária namorada e que a sua relação tem um futuro .

A explicação e a exploração dos notórios contrastes psicológicos/intelectuais e físicos/superficiais entre os protagonistas e as consequências que esses contrastes têm na sua relação amorosa e nas suas interações sociais são claramente os maiores e os únicos enfoques narrativos deste “Ela é demais pra mim”, uma simples e extremamente previsível comédia romântica que não consegue apresentar uma vertente romântica convincente ou uma vertente cômica minimamente interessante.

A construção humorística de “Ela é demais pra mim” não é inovadora ou imaginativa, muito pelo contrário, é semelhante à da esmagadora maioria das comédias que se centram em romances entre adolescentes, assim sendo, somos constantemente confrontados com tiradas cômicas que caminham essencialmente sobre os estereótipos sexuais e superficiais da sociedade norte-americana, um humor previsível e repetitivo que no início até nos consegue arrancar alguns sorrisos mas que eventualmente nos cansa. O romance entre Molly e Kirk e as suas inúmeras problemáticas também são comuns e insípidas.

Os atores que interpretam as várias personagens também não convencem porque não conseguem oferecer performances minimamente cativantes e são os atores principais que são alvo das maiores críticas negativas, Jay Baruchel porque não conseguiu transmitir carisma ao seu trabalho e Alice Eve porque não conseguiu ultrapassar a excessiva sexualização da sua personagem. Em suma, “Ela é demais pra mim” é um trabalho cinematográfico medíocre que é essencialmente composto por uma história romântica sem emoção ou imaginação e uma vertente humorística visivelmente comum.

NOTA 2 REGULAR