sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"O PIOR TRABALHO DO MUNDO"


O extrovertido Aldous Snow nos foi apresentados em “Ressaca de amor” (2008), uma comédia romântica muito razoável que até obteve bons resultados comerciais nas bilheteiras mundiais, assim sendo, não é de estranhar que os seus criadores tenham tentado lucrar ainda mais com o seu sucesso, assim sendo, decidiram avançar com “Get Him To The Greek” na tradução tupiniquim “O pior trabalho do mundo”, uma “sequência” que é então protagonizada por Aldous Snow, uma das personagens mais carismáticas dessa comédia romântica. “O pior trabalho do mundo” acompanha as cômicas aventuras de Aaron Greenberg (Jonah Hill, em um papel completamente diferente do filme anterior), um recém-licenciado que se torna o assistente/babysitter de Aldous Snow (Russell Brand), uma estrela musical muito talentosa, mas extremamente problemática que o vai obrigar a enfrentar inúmeras situações adversas e vexatórias durante a sua atribulada viagem entre Londres e Los Angeles onde Aldous deverá fazer um grande show no mítico Greek Theater.

“O pior trabalho do mundo”, não é em nada semelhante a “Ressaca de amor”, este último é uma comédia romântica sem muitos momentos cativantes ou memoráveis e com uma narrativa essencialmente centrada numa vertente romântica relativamente comum, “O pior trabalho do mundo” também é uma comédia mas não é tão romântica como o seu antecessor, muito embora existam vários momentos secundários onde o romance está no centro de várias decisões/atitudes de Aldous Snow, no entanto, este filme tem o seu lado humorístico, como o seu maior e mais relevante elemento, assim sendo, somos confrontados com inúmeras cenas onde os personagens desta história se vêm metidos em situações excêntricas e incômodas, cenas onde a excentricidade e a sexualidade são temáticas recorrentes, no entanto, “O pior trabalho do mundo” não é um filme descartável ou excessivamente absurdo/ridículo, é sim um filme onde os extremos e os excessos da comédia foram convenientemente e criativamente utilizados pelos seus criadores, assim sendo, estes conseguiram rentabilizar temas humorísticos que não resultam em outras comédias e que são universalmente tidos como imaturos ou levianos.

A primeira metade do filme, é onde realmente o filme se destaca e decola, com os personagens de Russell Brand e Jonah Hill sendo confrontados com situações realmente hilariantes, há também de se lembrar a grande participação de Sean combs o rapper “Puffy Daddy”, extremamente sarcástico e bem à vontade no papel de um produtor musical , ambiente do qual ele conhece muito bem.

No entanto, a segunda metade do filme, o ritmo cai bastante, quando os personagens chegam em Los Angeles, a estória perde um pouco o fio da meada e se arrasta ainda por mais meia hora sem ter um destino certo, o filme tenta alcançar uma resolução emocional que infelizmente nunca ganha: podemos também perceber, que os dois primeiros atos do filme, são capazes de esconder muito bem, que Hill e Brand não tem lá uma química tão boa juntos comicamente, individualmente, os dois são fantásticos, ótimos comediantes, porém nunca dá a sensação ao longo do filme que eles estão construindo uma amizade.

Para os seus dois primeiros atos “O pior trabalho do mundo”, é um dos filmes mais engraçados do ano, com dois dos melhores comediantes da nova geração, Puff daddy muito bem, roubando praticamente todas cenas em que está, com uma premissa sólida, e alguns momentos bem inspirados parodiando sobre o rock moderno e a cultura da celebridade, no entanto o filme só consegue terminar até razoavelmente bem o ato final graças ao talento dos seus dois protagonistas.

NOTA 3 BOM