sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"JONAH HEX"


O sucesso de “Batman Begins” (2005) e “The Dark Knight” (2008) levou a Warner Bros. a tentar obter um sucesso comercial semelhante com outra conhecida personagem da DC Comics, Jonah Hex, um dos poucos cowboys do universo das histórias em quadrinhos, no entanto, esta aposta não surtiu o efeito desejado porque foi um verdadeiro desastre comercial e cinematográfico tanto nos Estados Unidos da América como no resto do Planeta. A sua história é centrada em Jonah Hex (Brolin), um soldado e caçador de recompensas com o rosto deformado que se isola do mundo por causa da morte da sua família assassinada pelo poderoso Coronel Quentin Turnbull em um acerto de contas . Jonah é contratado pelo Governo dos Estados Unidos da América para deter o homem que massacrou a sua família, Quentin Turnbull (John Malkovich), um empresário corrupto que planeja recuperar o poder econômico que perdeu durante a Guerra Civil Americana e que culpa Jonah pela morte do seu filho. A história é relativamente batida, um cara que sai atrás de vingança pela morte de sua família...temos filmes aos milhares contando essa mesma história.

Então, o que pode diferenciar Jonah Hex dos demais filmes com o mesmo tema? Primeiramente, o fato de se passar em uma época do tipo “velho oeste”.
Mas o mais interessante é o próprio Jonah. Após ver sua família sendo assassinada, Quentin Turnbull marca o rosto do personagem com ferro de marcar cavalos para que ele ande pela terra sem esquecer quem tirou sua família.
Depois disso, ele é deixado para morrer e alguns dias depois é resgatado por alguns índios de uma tribo que tentam fazer com que ele sobreviva.A "magia" dos índios funciona mas deixa Jonah com um dom/maldição. Ele pode falar com os mortos. Basta tocá-los para trazê-los de volta a vida parcialmente até que os solte.

Os apreciadores de westerns não deverão ficar desiludidos com “Jonah Hex”, um filme que nos oferece muitos tiroteios e muitas explosões, ou seja, muitas cenas onde a ação e a violência explícita são predominantes, no entanto, esta predominância acaba por afetar o seu argumento que obviamente sofre com estes exageros de violência e de adrenalina porque acaba por não ter tempo suficiente para conseguir desenvolver coerentemente e corretamente a sua história e as próprias personagens que protagonizam este western alternativo.

O cineasta Jimmy Hayward trabalhou como animador em “Finding Nemo” (2003), “Monsters, Inc.” (2001) e “Toy Story” (1995) e até realizou “Horton Hears a Who!” (2008), um filme animado relativamente interessante, no entanto, “Jonah Hex” marca a sua estreia em filmes live-action, uma estreia que infelizmente não foi muito positiva porque este cineasta sucumbiu aos clichés e aos exageros cinematográficos como comprovam as inúmeras sequências cinematográficas com muitas explosões e confrontos físicos, sequências que até não são mal feitas, mas também não são grande coisa. Dois pontos positivos do longa são em relação a duração da película com curtíssimos 73 minutos que não da pra estragar ou não gostar tanto do filme assim e a sua trilha sonora, composta por uma banda de metal progressivo chamada “Mastodon” que funciona muito bem para a sombriedade da estória.

O seu elenco é composto por várias estrelas de Hollywood como Josh Brolin, John Malkovich, Michael Fassbender, Megan Fox, Aidan Quinn, com participações de Wes Bentley e Michael Shannon. No entanto, nenhum destes atores consegue nos oferecer uma performance minimamente convincente ou atrativa. Josh Brolin interpreta Jonah Hex, um típico anti-herói com algumas características sobrenaturais e com um passado marcado por vários acontecimentos violentos e sinistros. A performance de Brolin não é muito positiva mas também é verdade que a caracterização extravagante da sua personagem não o deixou transmitir qualquer emoção ou qualquer expressão facial. John Malkovich e Michael Fassbender interpretam respectivamente Quentin Turnbull e Burke, dois vilões e rivais de Jonah Hex que resultam de uma construção extremamente estereotipada. John Malkovich até não está muito mal como Quentin Turnbull, no entanto, esta sua personagem é muito pouco credível e interessante. A maior figura feminina do elenco é Megan Fox, uma atriz que interpreta, sem muito caráter ou carisma, uma prostituta que também sabe usar uma arma e que até participa em alguns tiroteios mas que, em ultima análise, acaba por ter muito pouca significância para o filme.

“Jonah Hex” é um produto comercial que falhou redondamente em quase todos os aspectos, no entanto, ainda poderá ser encarado como uma boa aposta por todos aqueles que apreciem filmes com muito ação e filmes de western que cada vez mais está se tornando raridade.

NOTA 2 REGULAR