quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO"


Edgar Wright, o escritor britânico e diretor de filmes de sucesso como Todo mundo quase morto e Chumbo grosso, deixou para trás seu habitual parceiro de criação Simon Pegg para ir sozinho em busca do sucesso em Hollywood. O resultado é um filme original, engraçado e inteligente que é um verdadeiro deleite aos sentidos.

"Scott Pilgrim contra o mundo" é como se fosse os elementos da cultura jovem americana amontoados em um único pacote ou seja, onde o supérfluo domina domina em todos os meios de comunicação: É sobre amor, da alienação, videogames, quadrinhos, acorde de guitarra de indie rock / punk, mensagem sms, empregos sem futuro e dos ex-namorados malévolos. Principalmente videogames e ex-namorados malévolos.

O que fazer quando a garota de seus sonhos tem problemas com os ex-namorados? Se você for um universitário, rockeiro ou nerd, nada mais natural do que se tornar um super herói e combater todos os "exs". Em Scott Pilgrim contra o Mundo, encontramos nosso herói na honrosa missão de combater os sete ex- namorados de sua amada - Ramona Flowers, é em torno disso que a trama gira ou melhor dizendo, o jogo. Baseado na história em quadrinhos “Scott Pilgrim Volume 1: Scott Pilgrim´s Precious Little Life” de Byran Lee O´Malley, o filme tenta reproduzir um mundo cheio de loucuras na telona. Scott Pilgrim tem 22 anos, uma banda de rock e namora a garota mais cobiçada do colégio, tudo em sua vida está uma maravilha até ele mergulhar em uma aventura sem limites, repleta de mulheres, música e adrenalina. Quando ele percebe, tudo está de cabeça para baixo e o que era real se tornou parte da fantasia.

Michael Cera, o protagonista do filme, firma definitivamente o seu lugar no mundo do cinema , como o ator de um papel só. De certo modo, isso pode ser muito bom por um lado, já que Scott e Cera são a mesma pessoa e sem ele, com certeza o longa não sairia do papel, porém é ruim para o ator Cera, já que hoje já não tenho mais dúvidas da limitação desse ator, já que repetitivamente ele interpreta o mesmo papel nos filmes, no filme em questão ele está perfeito já que a impressão que fica é que ele não precisou interpretar para realizar o filme. Simplesmente foi ele mesmo.

O roteiro do mais bem humorado inglês a surgir nos últimos tempos, nos leva de maneira brilhante a epopéica aventura do jovem rumo ao autoconhecimento. Cada personagem do cotidiano de Pilgrim pode ser encarado como um estereótipo da cultura de massa, como também cada ex namorado representa metaforicamente as deficiências e dificuldades do personagem que impedem ele de evoluir, amadurecer ou até mesmo passar de fase como num videogame.

Wright mantém na direção do filme a mesma pegada, elevando o filme ao status de ser talvez o filme mais cool e divertido do ano, não há uma cena sequer no filme que não tenha um potencial cômico ou mesmo algo que esteja acontecendo de interessante no fundo , como exemplo, as onomotopéais, ou os detalhes e informação de cada personagem que vão surgindo ao longo do filme.
Todos os atores estão muito bem no filme, valendo recordar a participação do colega de quarto gay interpretado por Kieran Culkin, Brandon Routh(o último super homem do cinema) e Chris Evans( o tocha humana e esperado capitão América) como uns dos ex namorados de Ramona, não esquecendo também um dos meus jovens atores preferidos Jason Schwartzman em mais uma ótima atuação.

A edição é primorosa e os efeitos especiais fantásticos, o mundo dos nerds, batalha de bandas de rock, muito videogame e quadrinhos e é claro toda a cultura e contra cultura jovem americana embalada num filme filme irretocável e que desde já pode ser considerado como um filme que vai marcar a história do cinema.

NOTA 5 EXCELENTE